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Resumen
A Indústria do Espetáculo, desde Debord (1997), vem se mostrando conceito útil para leitura da subjetividade das massas conectada pela televisão no mundo contemporâneo. Psicóloga de Realitys Shows desde o início desse fenômeno no Brasil (2001), a autora destaca o conceito, advindo da escuta dos participantes que chamam Meu Corpo de Minha Empresa, traçando uma equivalencia no singular do que é pensado por Debord em termos sociais. Pensando o Reality Show como um grande jogo do EU, esse texto aborda o tema pelo viés do desejo de apresentar um ideal forjado pelo que se imagina ser o esperado pelo público. No contexto brasileiro o enfoque sobre o corpo malhado e perfeito é característica cultural local, onde o objeto-corpo toma a consistência final do EU, com um valor de mercado monetário definido. O que se verifica é que esse corpo/empresa, com a anuência de seus médicos, admite também a inclusão de drogas que servem para adestrar também os afetos. O objetivo é tonificar a “musculatura” da empresa, conter quimicamente a violência, incentivar com anabolizantes a performance na academia, sem contemplar que para além do Corpo-Empresa há um sujeito. Sujeito afeito a efeitos colaterais e afetos descontrolados!